quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Esta sendo construído na aldeia Pakuera uma casa tradicional "oca" KADO ETY, ou seja casa dos homens. onde os ensinamentos tradicionais entre homens acontece. nessa casa é permitido somente a entrada de pessoas de sexo masculino, é proibido a entrada das pessoas de sexo feminino. é culturalmente respeitado essa tradição de casa dos homens.


Os ensinamentos tradicional Bakairi.

Os ensinamentos tradicional Bakairi.

Marinho Uluco Xerente

Introdução


Bakairi, assim se deu o nome por estudiosos, antropólogos que teve a condição de investigar a origem desse povo. Embora que nem sempre é aceito pelos próprios Bakairi o nome dado pelo seus pesquisadores colonizadores. É possível notar que a história, a origem desse povo traz vantagem como em ser pecuarista e agricultores. Localizados no municípios de Paranatinga e município de Nobres MT. Também em município de Planalto da Serra MT. A maior concentração desse povo encontra se na Terra Indígena Bakairi do município de Paranatinga MT, onde vive em aproximadamente em torno de 1000 índios divididos em 10 aldeias. A aldeia Pakuera tem como o ponto central de todas as aldeias e é considerado como aldeia central. Nesta aldeia onde há maior concentração de pessoas, também se concentra as instituições como administração da FUNAI, o polo base de saúde a escola estadual e municipal e vários outros órgão que venha a beneficiar a comunidade se instalam nessa aldeia central Pakuera. Devido ao crescimento populacional a ideia de construir uma organização como associações tiveram seus momentos de construção para trazer o desenvolvimento sustentável a nossa comunidade, a ideia inicial sem dúvida era promover desenvolvimento e gerar renda para a subsistência de toda a comunidade. Embora que a política social local em qualquer circunstância muitas vezes venha a ser distorcida a ponto de apresentar uma versão ilusória da existência da divisão de líder por cada setor. Cada aldeia há um representante que é cacique, somente ele tem a responsabilidade de representar de forma legal a sua comunidade, porém, o seu vice pode representa-lo em qualquer momento ou na decisão em defesa que venha a existir, principalmente no que refere e interesse da sua comunidade. O ato de existir ideias diversificados em uma aldeia populosa, no meu ponto de vista não significa que há divisão POLÍTICA, pode sim haver ideias diversos em diferentes setor, mas somente a única detalhe a presença de um cacique e seu vice que é representante único. É importante ressaltar também a participação da escola em nossa comunidade como um meio de gerar informação e sabedoria para saber lhe dar com as condições do mundo não “índio”, através desse meio de estudar, saber ler escrever que possuímos força e tranquilidade em defender os nossos direito perante a Lei do nosso País. O fato de saber ler e escrever na teoria dos Bakairi é importante, mas isso também não significa que na prática deixamos de usar nossas língua e tradição. Atualmente desde criança os pequenos Bakairi são ensinados a falar em sua língua materna, e esse método também é seguido na escola. Todos os professores da rede municipal e estadual da Terra Indígena Bakairi do município de Paranatinga são professores indígena Bakairi, e isso ajuda no empenho na hora de ensinar e explicar os livros didáticos escolar, porque dentro da escola é falado as duas línguas que são: português e a língua materna Bakairi. Os ensinamentos tradicional são aquele que são ensinado em casa com os pais, então é uma “educação indígena”, já a educação escolar indígena é aquela que onde matriculamos nossos filhos para aprender a ler e escrever os ensinamentos do “não índio”, ou seja acultura do “branco” a cultura ocidental. A matriz curricular para educação escola indígena no estado de mato grasso tem sido um pouco mais vantajoso e relação ao tempos antigos. Hoje nas escola indígenas podemos perceber que há diferença curricular, e é notável os assuntos que fala sobre a questão indígena como direito e desafios e de luta na hora de intervalo das aulas. Em língua materna e na arte também na parte diversificada onde podemos discutir a realidade local. Pensando nesse contexto, de aprender os dois mundo da educação indígena e da educação escolar indígena de ler e escrever, /que venho mostrar os ensinamentos tradicionais sobre as formas de tratamento e respeitos entre pessoas na cultura tradicional do povo Bakairi, e que esse material será oferecido nas escola para uso como material de apoio à professores e alunos dessa comunidade Bakairi, também será de utilidade para comunidade em geral.

Modo tradicional de tratamento entre pessoas e Forma tradicional de respeitar e valorizar costumes entre famílias.

Pai e mãe = XOGO E SEKO, ou seja, XOGO é o mesmo que o pai, e SEKO é a mesma que a mãe. Mas há outro caso que posso chamar outra pessoa de XOGO e de SEKO, e esta pessoa pode ser irmã da minha mãe ou também pode ser irmão do meu pai que é tio/pai/XOGO, também a caso de chamar pessoas bem mais distantes de SEKO e XOGO, pois tradicionalmente os Bakairi sempre valorizam os parentes mais distante como raízes da família, por isso há caso de tratamento de respeito com essas pessoas que seja parentescos bem distantes. O modo formal e de respeito não termina somente nesta parte, na tradição cultural Bakairi há um quesito rigoroso de seguir, por exemplo, a relação entre família do pai e da família da mãe, nesse caso eu como filho tenho dois tios/as SEKO e XOGO e também tio KUGU e tia IUPY, também são parente dos meus pais, e posso também chamar outra pessoas bem distante da minha família de IUPY E KUGU.
Nesse caso há uma diferença de tio e tia, ou seja, tia/IUPY/ e tia/SEKO e tio/KUGU/e tio/ XOGO os filhos dessas pessoas que é meu XOGO e é meu SEKO são meus primos/as irmãos e nesse caso eu não posso ter romance com esses primos/as irmãos. Já no caso dos filhos/as dos tios/as KUGU e IUPY, eu posso ter relação de romance e posso ser futuro/a esposo/a. E ai se inicia outra fase de tratamento, surge então o IMEINDAMU/sogro e IMENHUNDU/sogra. Ao se casar eu sem dúvida vou ter um sogro e a sogra ou IMEINDAMU e IMENHUDU e essas duas pessoas são tão importante na minha vida conjugal, pois eu tenho que manter o Máximo passível de respeito diante deles. Segundo a cultura os Bakairi não podem de maneira alguma estar de gracinha ou risadinha diante deles, ou coisas que possa constranger, isso é imperdoável na cultura Bakairi.
O IMEINDAMU E IMENHUDU, são pessoas tão importantes quanto aos meus pais, por isso mantenho respeito até o fim da minha vida. Respeito que eu tenho com meus sogros/IMEINDAMU e IMENHUDU meus irmãos PAIGO o irmão mais velho e KONO irmão mais novo e KOU SAGUHOBYRY irmã mais velha e KOU IDÂHUBYRY irmã mais nova, também tem seus respeito com os meus o IMEINDAMU e IMENHUDU como se fosse seus sogros/as também IMEINDAMU e IMENHUDU. Surge então cunhado/ PAMÂ, meu cunhado que é irmão da minha esposa/YWYDY, porem, meus irmãos PAIGO ou KONO também chamam o de PAMÂ que é irmão/IWIRI da minha esposa, e vice versa. A minha irmã/KOU trata a irmã da minha esposa/YWÂDY de IWARÂ ou IWIDI de MAEMO/ como cunhada, também nesse caso o tratamento entre eles/as devem ser rigoroso, pois não pode estar de gracinhas entre ele/as. Interessante que a irmã da minha esposa ou IWARY e IWIDI eu tenho total liberdade de estar bem à vontade entre elas, nesse caso posso brincar e é considerado livre que é meu YWEAMPY, ou pode ser a minha segunda esposa as irmã da minha esposa no caso, porém, nesse caso acontece em algumas famílias, as raízes familiares de sub grupo.
Bigamia = na cultura tradicional, Bakairi não é bígamo, ou seja, não tem mais de uma esposa, mas em algumas famílias ou sub grupos é considerado normal a bigamia, ou seja, um homem pode ter mais uma esposa. Porém é importante observar que atualmente não é bem vista esta questão de bigamia. O casamento entre os Bakairi segue uma única regra, só posso me casar apenas com as filhas do KUGU que é YWEAMPY, porem há também que fazer uma observação, quando ditamos regras e que funciona dessa maneira: as pessoas namoram de sexo diferente, mas essas pessoas não são primos e então seja por questão de tal grupo ou sub grupo, mas atualmente nem sempre acontece por ser de um grupo ou sub grupo, talvez seja caso de informação negado, ou mal informado em seu meio onde vive, ou também pode sim por ventura venha acontecer uma química entre essas duas pessoas que não são primos ou YSEAMBY e YWEAMPY.
Queremos ser bem certinho culturalmente, mas lembremos que também erramos como todos seres humanos. ISEAMBY e IWEAMPY são primos de parentesco bem próximo ou também pode ser de parentesco bem distante isso se dá por razão da raízes familiares, e que entre essas pessoas é possível e é validos e também são considerado livres para terem relações amorosos. Voltando a questão de KUGU e IUPY, ou seja, são meus KUGU e IUPY, e o tratamento que os me oferecem e da seguinte forma TYKAU que é o meu KUGU ele me trata assim TYKAU quer dizer que sou o sobrinho dele do KUGU, e a minha tia me chama de WADUYM também significa sobrinho, lembrando essa questão, somente com as filhas de KUGU e IUPY posso ter relação amoroso que são meus YWEAMPY E YSEAMBY.
Quando meu irmão se casou, e nesse caso os filhos/as me chamarão de XOGO, ou seja, serei tio/pai e pra minha esposa eles/as dirão SEKO, ou seja, tia/mãe. E como fica o meu tratamento de respeito para esses meus sobrinho que me chamam de XOGO? E das sobrinhas que chamam de SEKO a minha esposa? Nesse caso o tratamento que lhe dou e a seguinte forma: chamo o de MÚRU que é mesmo que sobrinho/filho/MÚRU, já a minha esposa chamaram a sobrinha de APIDO também é a mesma que sobrinha/filha/APIDO.
Mas quando a minha irmã se casou ou KOU o filho/a dela me chama de KUGU/tio nesse caso somente tio, e a minha esposa será IUPY/tia, ou seja, nesse caso também somente tia, mas porque não XOGO e SEKO? Segundo os mando Bakairi a posição mais forte é a do homem, portanto esse tratamento tem que ser seguido dessa forma. Também com filhos dos meus primos terão esse tratamento de XOGO e SEKO, isso também se dá por fato de primo, ou seja a posição de ser homem, e com as filhas/os de prima me chamarão de KUGU e a minha esposa/IWYDY de IUPY. Pois bem, a filha do meu primo ou PAMÂ terão a seguinte forma de tratamento com a minha filha por exemplo de IERUDU, ou seja, serão primas e o mesmo que YUDU/IERUDU isso no caso das filhas, já no casos dos filhos ele serão PAMÂ e mesmo que primos.

Chegamos a fase mais interessante, quando alguém me chama de avô sem ter filhos/as, nesse caso funciona da seguinte forma: filhos do meu parente mais próximo se casarão e ai os filhos deles serão meus netos/YWERY, então serei chamado de TAKO e a minha esposa de NINGO, ou seja TAKO/avô e NINGO/avó, repito esse fato pode acontecer sem ter filhos. Na tradição dos Bakairi tem vários formas de tratamentos entre pessoas que são curiosos, como ter neto sem ter filhos/as casados, e também ter genro, nora, sogro e sogra sem ter filhos casados, ou sem ser casados, uma pessoa solteiro/a pode ser sogro ou sogra, pode ser genro ou nora. Todos esses tratamentos se deve por motivo de ser tio/ pai que é o XOGO/ou mãe/tia que é SEKO, ou também por ser KUGU/tio isso somente com parentesco bem próximo. Também posso ser XOGO sem ter filhos/as casados/as. Funciona assim; filhos/as do meu irmão pode me chamarem de XOGO, pois, eu sou também pai/tio segundo os mando tradicional. 


IMEINDAMU
SOGRO
IMEINHUNDU
SOGRA
IWEINWY
GENRO
IWEISE
NORA
IWAMÂKÂ
CUNHADO
IMAEMORU
CUNHADA
XOGO
TIO/PAI
SEKO
TIA/MÃE
KUGU
TIO
IUPY
TIA
TAKO
AVÔ
NINGO
AVÓ
WI
IRMÃO
KOU
IRMÃ
PAIGO
IRMÃO MAIS VELHO
KONO
IRMÃO MAIS NOVO
IWARY
IRMÃ MAIS VELHA
IWIDY
IRMÃ MAIS NOVA
ISÓ
MARIDO
IWYDY
ESPOSA
IERUDU
PRIMA
IWEAMPY
PRIMA
ISEAMBY
PRIMA
IERUDU
PRIMA
TYKAU
SOBRINHO
WADUYN
SOBRINHO
WASE
SOBRINHA


IDUNO

EMAMIDÂRY

terça-feira, 17 de setembro de 2013

16 DE SETEMBRO DE 2013.

no dia 16 de setembro de 2013, faleceu as 18 horas na aldeia Pakuera Terra Indígena Bakairi município de Paranatinga MT, o senhor Belinho Piagi um índio Bakairi aproximadamente 100 anos de idade,motivo de seu óbito foi natural. Sentimos por mais uma vez a saída de um ancião do nosso meio. Pedimos ao senhor Deus que proteja o senhor Belinho onde ele estiver. sentimos também que junto a ele esta indo a sabedoria, os valores e os princípios culturais do povo Bakairi. é importante lembrar que cada ancião tem a sua historia de luta, guerreiro que esteve defendendo do seu modo, na sua maneira a comunidade Bakairi perante a sociedade não índio, e que esta luta até hoje se vê a olho nu com mais força em toda geração. por isso e por esses guerreiros que eu digo sou Bakairi i daí, posso ter sangue de outro povos mais me orgulho muito em ser Bakairi. Vai com Deus senhor Belinho estaremos aqui rezando, orando pela sua vida onde quer que você esteja, muito obrigado.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MOGOXE O PESCADOR.

FINAL DE SEMANA A PESCARIA PRA MIM FOI BEM PROVEITOSO, PESQUEI PEIXE E COMI ASSADO HUMMMMMMMM QUE DELICIA COM BEIJU. PEIXE PIAVA KÂXI E SAPYDY.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ESTAMOS DE OLHO

Estamos de olho diz a nossa comunidade Bakairi. E sem duvida oque vamos fazer daqui em diante.Nesse dia 12 de setembro de 2013, estiveram aqui equipe da SESAI formado para comissão: O SENHOR CABRAL, O SENHOR JOÃO ROQUE E DEMAIS PESSOAS, para falar mais uma vez sobre a implantação de Polo Base na Terra Indígena Bakairi Na aldeia Pakuera do município de Paranatinga MT, sendo que este Polo Base de Saúde terá todas as estrutura que um Polo Base necessitará para dar assistência a nossa comunidade, ou seja, a comunidade entende que é uma boa estrutura, mas que deve ser efetivado e não ficar somente como projeto queremos um saúde melhor, um atendimento melhor para nossa comunidade e região.Estamos de olho. João Roque afirmou que o recurso ja esta confirmado para a implantação de Polo Base e que sera dado inicio a construção ja no proximo ano de 2014.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Horta escolar

estamos iniciando a nossa horta escolar onde os alunos/as professores estarão fazendo aulas praticas, e que este trabalho servirá para todos as comunidades da nossa aldeia, que a colaboração de todos.

Sala de Educador Tema: Diversidade Cultural na Escola.

hoje na minha escola, ou seja a escola da minha aldeia reunimos com professores para uma sala de educador, ou a formação continuada. A escola estadual Indigena Kurâ Bakairi existe em funcionamento ha mais de 10 anos, e neste período de funcionamento a escola tem promovido varias atividade voltado a formação continuada. Abordamos varios assuntos e temas da nossa realidade. A escola Kurâ Bakairi tambem se preocupa em defendem os direitos do nosso povo, por isso temos a preocupação de orientar e informar a nossos alunos sobre os nosso direitos, principalmente sobre as nossas terra. A grande preocupação que enfrentamos também é a grande nºs de alunos não indios em nossa escola. Crianças de fazendas vizinhas e outros estão se matriculando um nº bem significativo, e por isso temos que nos preparar como educador tantos professores e todos corpo que compõem a nossa escola, entendemos que é hora de saber lhe dar com essa diversidade em nossa escola, saber acolher essa demanda, e que esse direito tambem é garantidos para todos,ou seja direito a educação, ta la na lei.

terça-feira, 23 de julho de 2013

IGUÂWÂNU NAINTAI (FRIO CHEGOU)

ASSIM DIZIA MEU AVÔ IGUÂWÂNU NAITAI. É UMA FORMA DE EXERCITAR E ESTIMULAR OS JOVENS TANTO MENINOS E MENINAS A TER UMA VIDA SAUDÁVEL E ASSIM VIVERIA MUITO TEMPO. TAMBÉM É UMA FORMA DE EDUCAÇÃO OU SEJA EDUCAÇÃO TRADICIONAL OU "EDUCAÇÃO INDIGENA BAKAIRI". LEVANTAR BEM CEDO ANTES DE TODOS E IR BANHAR NO RIO É UMA COMPETIÇÃO ENTRE OS KURÂ NA EPOCA DO FRIO, DIZEM OS AVÔS QUE PRINCIPALMENTE OS JOVENS TEM QUE ACORDAR BEM CEDO LEVANTAR E IR BANHAR NO RIO ANTES DE TODOS. O PRIMEIRO QUE CHEGAR NO RIO TEM QUE BANHAR E TIRAR TODOS OS MAL QUE AFETAM O CORPO E A ALMA CHAMAMOS DE "KAMOTÂ". É IMPORTANTE DIZER QUE ESTA AÇÃO VALE NOS DIAS ATUAIS, TEMPO DE FRIO ACORDAMOS BEM CEDINHO E VAMOS NO RIO TOMAR BANHO.
KUAMBY: NUIANANI,MAPABALO, NUMITAO. ORDEM CRESCENTE: NUIANANI, MAPABALO, NUMITAO. KUAMBY: Nuiamani: CHEFE DE TODOS OS KUAMBY, CONSIDERADO AVÔ DE TODOS OS..., É UM TIPO DE PEIXE (PEIXE AGULHA). Numitao: FÊMEA DE NUMITAO, É PYAJE (XAMÃ) DE COR VERMELHA. Mapabalo: BORBOLETA GRANDE DE COR AZUL,(MARIPOSA. TODOS ELES "KUAMBY" TEM UM COMPORTAMENTO BEM DIFERENTE, SÃO BRINCALHÕES, ALEGRES, GOSTAM DE PEDIR ALGO COMO PRESENTES, COMIDA E BEBIDAS NATURAIS.É IMPORTANTE LEMBRAR QUE: QUANDO O KUAMBY PEDI ALGO NÃO PODEMOS NEGAR, PORÉM, O ARGUMENTO E VALIDO SE NÃO TEM O QUE LHE OFERECER A ELE O (KUAMBY). MAS SE TEM ALGO A OFERECER DE A ELE UM PRESENTE, ISSO TERÁ UM SIGNIFICADO MUITO IMPORTANTE...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

COSMOLOGIA BAKAIRI/ EDIR PINA DE BARROS

POVO BAKAIRI. O cosmos - organizado por Kwamóty e seus netos, Xixi e Nunâ - é concebido em várias camadas que se encontram na linha do horizonte. Existem duas terras, uma côncova e outra convexa, sendo uma o molde negativo da outra, cada qual com seus rios e águas subterrâneas. Contendo as águas subterrâneas da terra de cima existiria uma redoma, um imenso guarda-chuva, cujas bordas são mantidas presas às extremidades desta terra por imensos sapos míticos. Entre essa redoma e esta terra fica o ar necessário à vida. O sol e a lua, onde foram residir Xixi e Nunâ, respectivamente, movimentam-se de tal forma que, quando nesta terra é dia, na outra é noite e vice-versa. Essas camadas são interligadas por caminhos invisíveis que somente os xamãs podem ver e percorrer. Outrora essas duas terras eram interligadas por um tipo de escada que Kwamóty deixara para que eles, os Bakairi primordiais, pudessem em ambas transitar. Como passaram a fazer "fuxicos" entre si e entre as duas terras - causando rupturas na sociedade em formação - ele a cortou, ocasionando um dilúvio, do qual se salvaram apenas dois pares de irmãos. As duas terras distanciaram-se mais, o sol e a lua se encontraram. O eclipse de sol é tido pelos Bakairi como prenúncio de retorno ao caos. Kwamóty controlou o caos colocando a referida redoma, mas abandonou-os à própria sorte. Eles passaram a conhecer a dor, a doença, a morte e a luta pela sobrevivência. A estrutura do universo se define com a morte, pois a terra em que viviam não aceitou que se enterrassem nela os seus mortos. Kwamóty, num derradeiro gesto, inverte a posição das duas terras. Com ela entra em circulação a mais temida das forças cósmicas: os iamyra. Cada pessoa que morre libera dois iamyra: um que sai pelo olho esquerdo, que vai habitar os rios desta terra, onde controla os tutores sobrenaturais das espécies de peixes, de animais aquáticos, de aves ribeirinhas; outro que sai pelo olho direito e vai residir na outra terra, sendo hierarquicamente superior a todos os demais sobrenaturais, pois presidem os ciclos naturais - inclusive as estações do ano - e a ordem cósmica. São duas estações do ano: kopâme, o "tempo das águas" (meados de setembro a meados de abril) e âdâpygume, o "tempo da seca" (meados de abril a meados de setembro). Há, ainda, duas sub-categorias que denominam kopâme ipery e âdâpygume ipery, respectivamente o "início das águas" e o "início da seca". Tempo e espaço se relacionam através do ciclo de uma substância vital denominada ekuru. Presente em todos os seres vivos, inanimados e animados, é obtida através de alimentos, fazendo-se presente no sangue. Sem ela o sangue - yunu - coagula, sobrevindo a morte. Tal substância é eliminada através de líquidos, resíduos, secreções e excrementos corporais que, em contato com a terra, é reprocessada pelos vegetais. Na sua forma livre e pura, somente os vegetais a contêm. No intervalo que vai do contato com a terra ao reprocessamento, toda ekuru que é eliminada mantém consigo as propriedades daquele que a expeliu. No caso da pessoa humana, das unhas e cabelos cortados, das fezes, do cuspe "levantam kadopy", que são semelhantes a ela porém sobrenaturais. Seus lugares preferidos são as casas abandonadas, os lugares sombrios. Aparecem aos vivos, assustando-os, o que provoca desmaios e doenças. Os terrenhos kadopy, que são resíduos dos resíduos corporais, têm existência efêmera , ao contrário dos iamyra, que são essência. Infestações de kadopy e de iamyra, poluem o espaço, tornando-o inóspito, insalubre. E esta é uma das razões da sua dispersão e da sua mobilidade. Na estação das chuvas, dada a grande umidade reinante, a ekuru penetra mais rapidamente no solo, que se reabilita.Já na estação da seca, a falta de umidade imprime no ciclo da ekuru uma grande lentidão. Apenas nas margens dos rios e riachos seu ritmo é mais acelerado, o que resulta em um terreno mais fértil, menos poluído, mais adequado à vida. Assim eles explicam a existência de diferentes domínios espaciais que denominam iduanary e pojianary, "região de mata" e "região de capim", respectivamente. Da mata e dos rios é que eles extraem, fundamentalmente, a ekuru necessária à vida. Os Kurâ-Bakairi só se alimentam de vegetais e de animais vegetarianos ou essencialmente vegetarianos, desprezando os carnívoros. Nas matas ciliares praticam a agricultura e caçam sempre em grupo. Devido aos perigos a elas associadas, é vedada a presença de pessoas do sexo feminino, antes da terra ser preparada para o plantio. Dentre esses periogos destaca-se Ynhangõnrom, monstruoso sobrenatural, "senhor" das matas, que possui um enorme peito que aperta, jorrando um leite mortal naqueles que a depredam. Ele tem por ajudante Karowi, um pequeno, porém horrendo ser. Nas matas mais fechadas pode-se encontrar os iamyra que nelas buscam abrigo quando surpreendidos nesta terra pelo dia. Nas roças e capoeiras também pode-se encontrá-los, pois sentem saudades dos "parentes", dos lugares onde viveram e trabalharam. O contato com esses sobrenaturais é fonte de desequilíbrios bio-psíquicos e de morte iminente. Pronunciar os nomes dos mortos significa evocá-los, o que deve ser evitado, até que sejam recolocados em circulação. Cada espécie de animal tem o seu "senhor", ser sobrenatural que a tutela e que se volta contra aqueles que cometem excesso. Um ente maléfico, Kilâino, faz os caçadores perderem-se nas matas.Associados ao domínio aquático, existem muitos sobrenaturais. Além dos "senhores" de cada espécie de peixe, de animal aquático e de ave ribeirinha, tem-se pakororo, enorme onça branca e sobrenatural que vira as canoas dos pescadores, bem como poro tapekéim, imenso e monstruoso peixe que pode virar as canoas e engoli-los vivos. Há, ainda, uma legião de seres sobrenaturais com formas humanas, denominados kurâmã. Dentre os sobrenaturais relacionados a esse domínio, os Bakairi temem mais os iamyra subaquáticos, que podem assumir formas de peixe. Diante de tantos perigos, o domínio aquático é essencialmente masculino. Autoria: Edir pina de Barros

terça-feira, 21 de maio de 2013

KUAMBY

KUAMBY: ALDEIA PAKUERA Se você esta pensando em conhecer a aldeia indígena do Brasil, e esta aldeia venha a ser A ALDEIA PAKUERA localiza se no estado de MT a 500 km da Capital Cuiabá MT. Portanto, ao chegar nesta aldeia você pode estar vendo uma mascara que chamamos de KUAMBY, ele é brincalhão, ou seja, gosta de cumprimentar, de brincar com as pessoas e também gosta de pedir aquilo que deseja ou necessita para estar sempre ativo. Kuamby a vários tipos em desenho, sendo só um tipo de formato tipo oval ( com vários nomes que representam peixes e aves) quando este se aproxima de alguém e pede algo e você, por exemplo, se você tem este algo de sobra dê a ele, nunca negue algo para KUAMBY, ele pode se irritar e dar uma surra com uma tira de trança que é uma ferramenta dele (KUAMBY), repito KUAMBY é uma mascara sagrada para o povo Bakairi, portanto, não negamos nada sempre que pudemos demos algo para ele, é uma cultura tradicional dos KURÂ BAKAIRI.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

sexta-feira, 10 de maio de 2013

pre - selção de brigadista preve fogo na aldeia Pakauera Bakairi 2013.

aconteceu no dia 09 de maio de 2013 a pre seleção de brigadista no combata ao fogo na aldeia Pakuera Bakairi do municipio de Paranatinga MT. A importancia desta ação é importante em terra indigenas. Portanto, a comunidade Bakairi passa a ter um defensor seguro sobre as queimadas e uso ilegal em Terra Indigena Bakairi. Ainda falta a ser concretizar esta ação, mas acreditamos que tomaremos o ponta pé inicial. Nesta 1º parte de seleção participarm em grnade nºs homens, mas as mulheres tambem tiveram participação de igual, ou seja, quantidade de peso sobre costa, ferramente de capina, elas são fortes guerreiras parabens pelos esforços, não desistam.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

DIA DE PAGAMENTO "ÂSEBUADYLÂ" ÂZEUN EPUADYLÂ IAKUIGADY E KUANBY NA ALDEIA PAKUERA

DESDEB A CHEGADA DE KADO IAKUIGADY E KUAMBY A ALDEIA PAKUERA - ALDEIA CENTRAL DA TERRA INDIGENA BAKAIRI DO MUNICIPIO DE PARANATINGA MT VIVE UM MOMENTO DE ALEGRIA E EMOÇÃO. TALVEZ SEJA UM DOS MOMENTOS MAS CONTAGIANTE ENTRE OS KURÂ, ONDE SE ACREDITA QUE ATRAVEZ DE ESTA MASCARA SAGRADA, OU KADO TÂMYDYEIM VEM FARTURA DE COMIDA E TAMBEM BONS SAUDE PARA TODOS OS KURÂ. ACREDITAMOS TAMBEM QUE ESSE É O MOMENTO DE FAZERMOS PLANO ONDE TUDO QUE PLANTAMOS TERÁ UM RESULTADO POSITIVO.

CERIMONIA DE "ARROZ" TAPAGY EDANWYLY NA ALDEIA PAKUERA 2013.

ACONTECEU NO DIA 04 DE MAIO DE 2013 NA ALDEIA PAKUERA A CERIMONIA DE ARROZ " TAPAGY EDANWYLY". TODOS OS ANOS ACONTECE A ESTE EVENTO ONDE SE FAZ A COMEMORAÇÃO DA COLHEITA DE ARROZ, OU SEJA, OS HOMENS FAZEM ROÇAS E PLANTAM ARROZ EM FORMA COMUNITARIO "COLETIVO", A COLHEITA É FEITA COM A PARTICIPAÇÃO DE TODA A COMUNIDADE HOMENS PRINCIPALMENTE. e FEITA A COLHEITA E É DISTRIBUÍDO EM QUANTIDADES IGUAIS PARA TODAS AS FAMILIAS, FEITO ISSO É COMUNICADO ATRAVES DO CACIQUE O DIA EM QUE VAI SER FEITO A CERIMONIA DO ARROZ, ONDE AS MULHERES FAZER UM PREPARO DE ARROZ EM FORMA DE UM BOLO, OU UMA MASSA TIPO PANQUECA, E A TAREFA DOS HOMENS É PESCAR TRAZER PEIXE NO DIA EM QUE VAI SER SERVIDO EM UMA DATA MARCADO E ESTE ANO FOI NO DIA 04 DE MAIO DE 2013, UM DIA DE CONFRATERNIZAÇÃO ONDE TODAS AS PESSOAS DA ALDEIA PARTICIPAM SEJA HOMENS MULHERES E CRIANÇAS. TODOS TRAZEM PEIXE E TAPAGUÂ PARA SER SERVIDO COM TODOS E TODAS.