quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Esta sendo construído na aldeia Pakuera uma casa tradicional "oca" KADO ETY, ou seja casa dos homens. onde os ensinamentos tradicionais entre homens acontece. nessa casa é permitido somente a entrada de pessoas de sexo masculino, é proibido a entrada das pessoas de sexo feminino. é culturalmente respeitado essa tradição de casa dos homens.


Os ensinamentos tradicional Bakairi.

Os ensinamentos tradicional Bakairi.

Marinho Uluco Xerente

Introdução


Bakairi, assim se deu o nome por estudiosos, antropólogos que teve a condição de investigar a origem desse povo. Embora que nem sempre é aceito pelos próprios Bakairi o nome dado pelo seus pesquisadores colonizadores. É possível notar que a história, a origem desse povo traz vantagem como em ser pecuarista e agricultores. Localizados no municípios de Paranatinga e município de Nobres MT. Também em município de Planalto da Serra MT. A maior concentração desse povo encontra se na Terra Indígena Bakairi do município de Paranatinga MT, onde vive em aproximadamente em torno de 1000 índios divididos em 10 aldeias. A aldeia Pakuera tem como o ponto central de todas as aldeias e é considerado como aldeia central. Nesta aldeia onde há maior concentração de pessoas, também se concentra as instituições como administração da FUNAI, o polo base de saúde a escola estadual e municipal e vários outros órgão que venha a beneficiar a comunidade se instalam nessa aldeia central Pakuera. Devido ao crescimento populacional a ideia de construir uma organização como associações tiveram seus momentos de construção para trazer o desenvolvimento sustentável a nossa comunidade, a ideia inicial sem dúvida era promover desenvolvimento e gerar renda para a subsistência de toda a comunidade. Embora que a política social local em qualquer circunstância muitas vezes venha a ser distorcida a ponto de apresentar uma versão ilusória da existência da divisão de líder por cada setor. Cada aldeia há um representante que é cacique, somente ele tem a responsabilidade de representar de forma legal a sua comunidade, porém, o seu vice pode representa-lo em qualquer momento ou na decisão em defesa que venha a existir, principalmente no que refere e interesse da sua comunidade. O ato de existir ideias diversificados em uma aldeia populosa, no meu ponto de vista não significa que há divisão POLÍTICA, pode sim haver ideias diversos em diferentes setor, mas somente a única detalhe a presença de um cacique e seu vice que é representante único. É importante ressaltar também a participação da escola em nossa comunidade como um meio de gerar informação e sabedoria para saber lhe dar com as condições do mundo não “índio”, através desse meio de estudar, saber ler escrever que possuímos força e tranquilidade em defender os nossos direito perante a Lei do nosso País. O fato de saber ler e escrever na teoria dos Bakairi é importante, mas isso também não significa que na prática deixamos de usar nossas língua e tradição. Atualmente desde criança os pequenos Bakairi são ensinados a falar em sua língua materna, e esse método também é seguido na escola. Todos os professores da rede municipal e estadual da Terra Indígena Bakairi do município de Paranatinga são professores indígena Bakairi, e isso ajuda no empenho na hora de ensinar e explicar os livros didáticos escolar, porque dentro da escola é falado as duas línguas que são: português e a língua materna Bakairi. Os ensinamentos tradicional são aquele que são ensinado em casa com os pais, então é uma “educação indígena”, já a educação escolar indígena é aquela que onde matriculamos nossos filhos para aprender a ler e escrever os ensinamentos do “não índio”, ou seja acultura do “branco” a cultura ocidental. A matriz curricular para educação escola indígena no estado de mato grasso tem sido um pouco mais vantajoso e relação ao tempos antigos. Hoje nas escola indígenas podemos perceber que há diferença curricular, e é notável os assuntos que fala sobre a questão indígena como direito e desafios e de luta na hora de intervalo das aulas. Em língua materna e na arte também na parte diversificada onde podemos discutir a realidade local. Pensando nesse contexto, de aprender os dois mundo da educação indígena e da educação escolar indígena de ler e escrever, /que venho mostrar os ensinamentos tradicionais sobre as formas de tratamento e respeitos entre pessoas na cultura tradicional do povo Bakairi, e que esse material será oferecido nas escola para uso como material de apoio à professores e alunos dessa comunidade Bakairi, também será de utilidade para comunidade em geral.

Modo tradicional de tratamento entre pessoas e Forma tradicional de respeitar e valorizar costumes entre famílias.

Pai e mãe = XOGO E SEKO, ou seja, XOGO é o mesmo que o pai, e SEKO é a mesma que a mãe. Mas há outro caso que posso chamar outra pessoa de XOGO e de SEKO, e esta pessoa pode ser irmã da minha mãe ou também pode ser irmão do meu pai que é tio/pai/XOGO, também a caso de chamar pessoas bem mais distantes de SEKO e XOGO, pois tradicionalmente os Bakairi sempre valorizam os parentes mais distante como raízes da família, por isso há caso de tratamento de respeito com essas pessoas que seja parentescos bem distantes. O modo formal e de respeito não termina somente nesta parte, na tradição cultural Bakairi há um quesito rigoroso de seguir, por exemplo, a relação entre família do pai e da família da mãe, nesse caso eu como filho tenho dois tios/as SEKO e XOGO e também tio KUGU e tia IUPY, também são parente dos meus pais, e posso também chamar outra pessoas bem distante da minha família de IUPY E KUGU.
Nesse caso há uma diferença de tio e tia, ou seja, tia/IUPY/ e tia/SEKO e tio/KUGU/e tio/ XOGO os filhos dessas pessoas que é meu XOGO e é meu SEKO são meus primos/as irmãos e nesse caso eu não posso ter romance com esses primos/as irmãos. Já no caso dos filhos/as dos tios/as KUGU e IUPY, eu posso ter relação de romance e posso ser futuro/a esposo/a. E ai se inicia outra fase de tratamento, surge então o IMEINDAMU/sogro e IMENHUNDU/sogra. Ao se casar eu sem dúvida vou ter um sogro e a sogra ou IMEINDAMU e IMENHUDU e essas duas pessoas são tão importante na minha vida conjugal, pois eu tenho que manter o Máximo passível de respeito diante deles. Segundo a cultura os Bakairi não podem de maneira alguma estar de gracinha ou risadinha diante deles, ou coisas que possa constranger, isso é imperdoável na cultura Bakairi.
O IMEINDAMU E IMENHUDU, são pessoas tão importantes quanto aos meus pais, por isso mantenho respeito até o fim da minha vida. Respeito que eu tenho com meus sogros/IMEINDAMU e IMENHUDU meus irmãos PAIGO o irmão mais velho e KONO irmão mais novo e KOU SAGUHOBYRY irmã mais velha e KOU IDÂHUBYRY irmã mais nova, também tem seus respeito com os meus o IMEINDAMU e IMENHUDU como se fosse seus sogros/as também IMEINDAMU e IMENHUDU. Surge então cunhado/ PAMÂ, meu cunhado que é irmão da minha esposa/YWYDY, porem, meus irmãos PAIGO ou KONO também chamam o de PAMÂ que é irmão/IWIRI da minha esposa, e vice versa. A minha irmã/KOU trata a irmã da minha esposa/YWÂDY de IWARÂ ou IWIDI de MAEMO/ como cunhada, também nesse caso o tratamento entre eles/as devem ser rigoroso, pois não pode estar de gracinhas entre ele/as. Interessante que a irmã da minha esposa ou IWARY e IWIDI eu tenho total liberdade de estar bem à vontade entre elas, nesse caso posso brincar e é considerado livre que é meu YWEAMPY, ou pode ser a minha segunda esposa as irmã da minha esposa no caso, porém, nesse caso acontece em algumas famílias, as raízes familiares de sub grupo.
Bigamia = na cultura tradicional, Bakairi não é bígamo, ou seja, não tem mais de uma esposa, mas em algumas famílias ou sub grupos é considerado normal a bigamia, ou seja, um homem pode ter mais uma esposa. Porém é importante observar que atualmente não é bem vista esta questão de bigamia. O casamento entre os Bakairi segue uma única regra, só posso me casar apenas com as filhas do KUGU que é YWEAMPY, porem há também que fazer uma observação, quando ditamos regras e que funciona dessa maneira: as pessoas namoram de sexo diferente, mas essas pessoas não são primos e então seja por questão de tal grupo ou sub grupo, mas atualmente nem sempre acontece por ser de um grupo ou sub grupo, talvez seja caso de informação negado, ou mal informado em seu meio onde vive, ou também pode sim por ventura venha acontecer uma química entre essas duas pessoas que não são primos ou YSEAMBY e YWEAMPY.
Queremos ser bem certinho culturalmente, mas lembremos que também erramos como todos seres humanos. ISEAMBY e IWEAMPY são primos de parentesco bem próximo ou também pode ser de parentesco bem distante isso se dá por razão da raízes familiares, e que entre essas pessoas é possível e é validos e também são considerado livres para terem relações amorosos. Voltando a questão de KUGU e IUPY, ou seja, são meus KUGU e IUPY, e o tratamento que os me oferecem e da seguinte forma TYKAU que é o meu KUGU ele me trata assim TYKAU quer dizer que sou o sobrinho dele do KUGU, e a minha tia me chama de WADUYM também significa sobrinho, lembrando essa questão, somente com as filhas de KUGU e IUPY posso ter relação amoroso que são meus YWEAMPY E YSEAMBY.
Quando meu irmão se casou, e nesse caso os filhos/as me chamarão de XOGO, ou seja, serei tio/pai e pra minha esposa eles/as dirão SEKO, ou seja, tia/mãe. E como fica o meu tratamento de respeito para esses meus sobrinho que me chamam de XOGO? E das sobrinhas que chamam de SEKO a minha esposa? Nesse caso o tratamento que lhe dou e a seguinte forma: chamo o de MÚRU que é mesmo que sobrinho/filho/MÚRU, já a minha esposa chamaram a sobrinha de APIDO também é a mesma que sobrinha/filha/APIDO.
Mas quando a minha irmã se casou ou KOU o filho/a dela me chama de KUGU/tio nesse caso somente tio, e a minha esposa será IUPY/tia, ou seja, nesse caso também somente tia, mas porque não XOGO e SEKO? Segundo os mando Bakairi a posição mais forte é a do homem, portanto esse tratamento tem que ser seguido dessa forma. Também com filhos dos meus primos terão esse tratamento de XOGO e SEKO, isso também se dá por fato de primo, ou seja a posição de ser homem, e com as filhas/os de prima me chamarão de KUGU e a minha esposa/IWYDY de IUPY. Pois bem, a filha do meu primo ou PAMÂ terão a seguinte forma de tratamento com a minha filha por exemplo de IERUDU, ou seja, serão primas e o mesmo que YUDU/IERUDU isso no caso das filhas, já no casos dos filhos ele serão PAMÂ e mesmo que primos.

Chegamos a fase mais interessante, quando alguém me chama de avô sem ter filhos/as, nesse caso funciona da seguinte forma: filhos do meu parente mais próximo se casarão e ai os filhos deles serão meus netos/YWERY, então serei chamado de TAKO e a minha esposa de NINGO, ou seja TAKO/avô e NINGO/avó, repito esse fato pode acontecer sem ter filhos. Na tradição dos Bakairi tem vários formas de tratamentos entre pessoas que são curiosos, como ter neto sem ter filhos/as casados, e também ter genro, nora, sogro e sogra sem ter filhos casados, ou sem ser casados, uma pessoa solteiro/a pode ser sogro ou sogra, pode ser genro ou nora. Todos esses tratamentos se deve por motivo de ser tio/ pai que é o XOGO/ou mãe/tia que é SEKO, ou também por ser KUGU/tio isso somente com parentesco bem próximo. Também posso ser XOGO sem ter filhos/as casados/as. Funciona assim; filhos/as do meu irmão pode me chamarem de XOGO, pois, eu sou também pai/tio segundo os mando tradicional. 


IMEINDAMU
SOGRO
IMEINHUNDU
SOGRA
IWEINWY
GENRO
IWEISE
NORA
IWAMÂKÂ
CUNHADO
IMAEMORU
CUNHADA
XOGO
TIO/PAI
SEKO
TIA/MÃE
KUGU
TIO
IUPY
TIA
TAKO
AVÔ
NINGO
AVÓ
WI
IRMÃO
KOU
IRMÃ
PAIGO
IRMÃO MAIS VELHO
KONO
IRMÃO MAIS NOVO
IWARY
IRMÃ MAIS VELHA
IWIDY
IRMÃ MAIS NOVA
ISÓ
MARIDO
IWYDY
ESPOSA
IERUDU
PRIMA
IWEAMPY
PRIMA
ISEAMBY
PRIMA
IERUDU
PRIMA
TYKAU
SOBRINHO
WADUYN
SOBRINHO
WASE
SOBRINHA


IDUNO

EMAMIDÂRY