terça-feira, 22 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Esta sendo construído na aldeia Pakuera uma casa tradicional "oca" KADO ETY, ou seja casa dos homens. onde os ensinamentos tradicionais entre homens acontece. nessa casa é permitido somente a entrada de pessoas de sexo masculino, é proibido a entrada das pessoas de sexo feminino. é culturalmente respeitado essa tradição de casa dos homens.
Os ensinamentos tradicional Bakairi.
Os ensinamentos tradicional Bakairi.
Marinho Uluco Xerente
Introdução
Bakairi, assim
se deu o nome por estudiosos, antropólogos que teve a condição de investigar a
origem desse povo. Embora que nem sempre é aceito pelos próprios Bakairi o nome
dado pelo seus pesquisadores colonizadores. É possível notar que a história, a
origem desse povo traz vantagem como em ser pecuarista e agricultores.
Localizados no municípios de Paranatinga e município de Nobres MT. Também em
município de Planalto da Serra MT. A maior concentração desse povo encontra se
na Terra Indígena Bakairi do município de Paranatinga MT, onde vive em
aproximadamente em torno de 1000 índios divididos em 10 aldeias. A aldeia
Pakuera tem como o ponto central de todas as aldeias e é considerado como
aldeia central. Nesta aldeia onde há maior concentração de pessoas, também se
concentra as instituições como administração da FUNAI, o polo base de saúde a
escola estadual e municipal e vários outros órgão que venha a beneficiar a
comunidade se instalam nessa aldeia central Pakuera. Devido ao crescimento
populacional a ideia de construir uma organização como associações tiveram seus
momentos de construção para trazer o desenvolvimento sustentável a nossa
comunidade, a ideia inicial sem dúvida era promover desenvolvimento e gerar
renda para a subsistência de toda a comunidade. Embora que a política social
local em qualquer circunstância muitas vezes venha a ser distorcida a ponto de apresentar uma versão ilusória da existência
da divisão de líder por cada setor. Cada aldeia há um representante que é cacique, somente ele tem a
responsabilidade de representar de forma legal a sua comunidade, porém, o seu
vice pode representa-lo em qualquer momento ou na decisão em defesa que venha a
existir, principalmente no que refere e interesse da sua comunidade. O ato de
existir ideias diversificados em uma aldeia populosa, no meu ponto de vista não
significa que há divisão POLÍTICA, pode sim haver ideias diversos em diferentes
setor, mas somente a única detalhe a presença de um cacique e seu vice que é
representante único. É importante ressaltar também a participação da escola em
nossa comunidade como um meio de gerar informação e sabedoria para saber lhe
dar com as condições do mundo não “índio”, através desse meio de estudar, saber
ler escrever que possuímos força e tranquilidade em defender os nossos direito
perante a Lei do nosso País. O fato de saber ler e escrever na teoria dos
Bakairi é importante, mas isso também não significa que na prática deixamos de
usar nossas língua e tradição. Atualmente desde criança os pequenos Bakairi são
ensinados a falar em sua língua materna, e esse método também é seguido na
escola. Todos os professores da rede municipal e estadual da Terra Indígena
Bakairi do município de Paranatinga são professores indígena Bakairi, e isso
ajuda no empenho na hora de ensinar e explicar os livros didáticos escolar,
porque dentro da escola é falado as duas línguas que são: português e a língua
materna Bakairi. Os ensinamentos tradicional são aquele que são ensinado em
casa com os pais, então é uma “educação indígena”, já a educação escolar
indígena é aquela que onde matriculamos nossos filhos para aprender a ler e
escrever os ensinamentos do “não índio”, ou seja acultura do “branco” a cultura
ocidental. A matriz curricular para educação escola indígena no estado de mato
grasso tem sido um pouco mais vantajoso e relação ao tempos antigos. Hoje nas
escola indígenas podemos perceber que há diferença curricular, e é notável os
assuntos que fala sobre a questão indígena como direito e desafios e de luta na
hora de intervalo das aulas. Em língua materna e na arte também na parte
diversificada onde podemos discutir a realidade local. Pensando nesse contexto,
de aprender os dois mundo da educação indígena e da educação escolar indígena
de ler e escrever, /que venho mostrar os ensinamentos tradicionais sobre as
formas de tratamento e respeitos entre pessoas na cultura tradicional do povo
Bakairi, e que esse material será oferecido nas escola para uso como material de
apoio à professores e alunos dessa comunidade Bakairi, também será de utilidade
para comunidade em geral.
Modo tradicional de tratamento entre pessoas e Forma
tradicional de respeitar e valorizar costumes entre famílias.
Pai e mãe = XOGO
E SEKO, ou seja, XOGO é o mesmo que o pai, e SEKO é a mesma que a mãe. Mas há
outro caso que posso chamar outra pessoa de XOGO e de SEKO, e esta pessoa pode
ser irmã da minha mãe ou também pode ser irmão do meu pai que é tio/pai/XOGO, também a caso de chamar pessoas bem mais distantes de SEKO e XOGO,
pois tradicionalmente os Bakairi sempre valorizam os parentes mais distante
como raízes da família, por isso há caso de tratamento de respeito com essas
pessoas que seja parentescos bem distantes. O modo formal e de respeito não
termina somente nesta parte, na tradição cultural Bakairi há um quesito
rigoroso de seguir, por exemplo, a relação entre família do pai e da família da
mãe, nesse caso eu como filho tenho dois tios/as SEKO e XOGO e também tio KUGU
e tia IUPY, também são parente dos meus pais, e posso também chamar outra
pessoas bem distante da minha família de IUPY E KUGU.
Nesse caso há
uma diferença de tio e tia, ou seja, tia/IUPY/ e tia/SEKO e tio/KUGU/e tio/
XOGO os filhos dessas pessoas que é meu XOGO e é meu SEKO são meus primos/as
irmãos e nesse caso eu não posso ter romance com esses primos/as irmãos. Já no
caso dos filhos/as dos tios/as KUGU e IUPY, eu posso ter relação de romance e
posso ser futuro/a esposo/a. E ai se inicia outra fase de tratamento, surge
então o IMEINDAMU/sogro e IMENHUNDU/sogra. Ao se casar eu sem dúvida vou ter um
sogro e a sogra ou IMEINDAMU e IMENHUDU e essas duas pessoas são tão importante
na minha vida conjugal, pois eu tenho que manter o Máximo passível de respeito
diante deles. Segundo a cultura os Bakairi não podem de maneira alguma estar de
gracinha ou risadinha diante deles, ou coisas que possa constranger, isso é
imperdoável na cultura Bakairi.
O IMEINDAMU E
IMENHUDU, são pessoas tão importantes quanto aos meus pais, por isso mantenho
respeito até o fim da minha vida. Respeito que eu tenho com meus
sogros/IMEINDAMU e IMENHUDU meus irmãos PAIGO o irmão mais velho e KONO irmão
mais novo e KOU SAGUHOBYRY irmã mais velha e KOU IDÂHUBYRY irmã mais nova,
também tem seus respeito com os meus o IMEINDAMU e IMENHUDU como se fosse seus
sogros/as também IMEINDAMU e IMENHUDU. Surge então cunhado/ PAMÂ, meu cunhado
que é irmão da minha esposa/YWYDY, porem, meus irmãos PAIGO ou KONO também
chamam o de PAMÂ que é irmão/IWIRI da minha esposa, e vice versa. A minha
irmã/KOU trata a irmã da minha esposa/YWÂDY de IWARÂ ou IWIDI de MAEMO/ como
cunhada, também nesse caso o tratamento entre eles/as devem ser rigoroso, pois
não pode estar de gracinhas entre ele/as. Interessante que a irmã da minha esposa
ou IWARY e IWIDI eu tenho total liberdade de estar bem à vontade entre elas,
nesse caso posso brincar e é considerado livre que é meu YWEAMPY, ou pode ser a
minha segunda esposa as irmã da minha esposa no caso, porém, nesse caso
acontece em algumas famílias, as raízes familiares de sub grupo.
Bigamia = na
cultura tradicional, Bakairi não é bígamo, ou seja, não tem mais de uma esposa,
mas em algumas famílias ou sub grupos é considerado normal a bigamia, ou seja,
um homem pode ter mais uma esposa. Porém é importante observar que atualmente
não é bem vista esta questão de bigamia. O casamento entre os Bakairi segue uma
única regra, só posso me casar apenas com as filhas do KUGU que é YWEAMPY,
porem há também que fazer uma observação, quando ditamos regras e que funciona
dessa maneira: as pessoas namoram de sexo diferente, mas essas pessoas não são
primos e então seja por questão de tal grupo ou sub grupo, mas atualmente nem
sempre acontece por ser de um grupo ou sub grupo, talvez seja caso de
informação negado, ou mal informado em seu meio onde vive, ou também pode sim
por ventura venha acontecer uma química entre essas duas pessoas que não são
primos ou YSEAMBY e YWEAMPY.
Queremos ser bem
certinho culturalmente, mas lembremos que também erramos como todos seres
humanos. ISEAMBY e IWEAMPY são primos de parentesco bem próximo ou também pode
ser de parentesco bem distante isso se dá por razão da raízes familiares, e que
entre essas pessoas é possível e é validos e também são considerado livres para
terem relações amorosos. Voltando a questão de KUGU e IUPY, ou seja, são meus
KUGU e IUPY, e o tratamento que os me oferecem e da seguinte forma TYKAU que é
o meu KUGU ele me trata assim TYKAU quer dizer que sou o sobrinho dele do KUGU,
e a minha tia me chama de WADUYM também significa sobrinho, lembrando essa
questão, somente com as filhas de KUGU e IUPY posso ter relação amoroso que são
meus YWEAMPY E YSEAMBY.
Quando meu irmão
se casou, e nesse caso os filhos/as me chamarão de XOGO, ou seja, serei tio/pai
e pra minha esposa eles/as dirão SEKO, ou seja, tia/mãe. E como fica o meu
tratamento de respeito para esses meus sobrinho que me chamam de XOGO? E das
sobrinhas que chamam de SEKO a minha esposa? Nesse caso o tratamento que lhe
dou e a seguinte forma: chamo o de MÚRU que é mesmo que sobrinho/filho/MÚRU, já
a minha esposa chamaram a sobrinha de APIDO também é a mesma que
sobrinha/filha/APIDO.
Mas quando a
minha irmã se casou ou KOU o filho/a dela me chama de KUGU/tio nesse caso
somente tio, e a minha esposa será IUPY/tia, ou seja, nesse caso também somente
tia, mas porque não XOGO e SEKO? Segundo os mando Bakairi a posição mais forte
é a do homem, portanto esse tratamento tem que ser seguido dessa forma. Também
com filhos dos meus primos terão esse tratamento de XOGO e SEKO, isso também se
dá por fato de primo, ou seja a posição de ser homem, e com as filhas/os de
prima me chamarão de KUGU e a minha esposa/IWYDY de IUPY. Pois bem, a filha do
meu primo ou PAMÂ terão a seguinte forma de tratamento com a minha filha por
exemplo de IERUDU, ou seja, serão primas e o mesmo que YUDU/IERUDU isso no caso
das filhas, já no casos dos filhos ele serão PAMÂ e mesmo que primos.
Chegamos a fase
mais interessante, quando alguém me chama de avô sem ter filhos/as, nesse caso
funciona da seguinte forma: filhos do meu parente mais próximo se casarão e ai
os filhos deles serão meus netos/YWERY, então serei chamado de TAKO e a minha
esposa de NINGO, ou seja TAKO/avô e NINGO/avó, repito esse fato pode acontecer
sem ter filhos. Na tradição dos Bakairi tem vários formas de tratamentos entre
pessoas que são curiosos, como ter neto sem ter filhos/as casados, e também ter
genro, nora, sogro e sogra sem ter filhos casados, ou sem ser casados, uma
pessoa solteiro/a pode ser sogro ou sogra, pode ser genro ou nora. Todos esses
tratamentos se deve por motivo de ser tio/ pai que é o XOGO/ou mãe/tia que é
SEKO, ou também por ser KUGU/tio isso somente com parentesco bem próximo.
Também posso ser XOGO sem ter filhos/as casados/as. Funciona assim; filhos/as
do meu irmão pode me chamarem de XOGO, pois, eu sou também pai/tio segundo os
mando tradicional.
IMEINDAMU
|
SOGRO
|
IMEINHUNDU
|
SOGRA
|
IWEINWY
|
GENRO
|
IWEISE
|
NORA
|
IWAMÂKÂ
|
CUNHADO
|
IMAEMORU
|
CUNHADA
|
XOGO
|
TIO/PAI
|
SEKO
|
TIA/MÃE
|
KUGU
|
TIO
|
IUPY
|
TIA
|
TAKO
|
AVÔ
|
NINGO
|
AVÓ
|
WI
|
IRMÃO
|
KOU
|
IRMÃ
|
PAIGO
|
IRMÃO MAIS VELHO
|
KONO
|
IRMÃO MAIS NOVO
|
IWARY
|
IRMÃ MAIS VELHA
|
IWIDY
|
IRMÃ MAIS NOVA
|
ISÓ
|
MARIDO
|
IWYDY
|
ESPOSA
|
IERUDU
|
PRIMA
|
IWEAMPY
|
PRIMA
|
ISEAMBY
|
PRIMA
|
IERUDU
|
PRIMA
|
TYKAU
|
SOBRINHO
|
WADUYN
|
SOBRINHO
|
WASE
|
SOBRINHA
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IDUNO
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EMAMIDÂRY
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